quinta-feira, 29 de maio de 2008

Na vitrola toca Portishead (Third-2008)


Pode parecer pretensioso ouvir um disco algumas vezes e já considerá-lo uma obra prima, afinal o fator desgaste do tempo, talvez o principal na avaliação de uma obra, não entra em questão. Talvez entre como suposição.

Mas no caso de Third, a impressão que se tem é essa mesmo. Um disco que veio para ficar. Onze anos depois do último lançamento, parece que o Portishead ficou em alguma caverna, conectado com o mundo, só matutando o que iriam fazer. E fizeram o disco do ano (da década?).

A maravilhosa e melancólica voz de Beth Gibbons canta dissabores, amarguras e é suportada por uma cozinha alucinante. Os tempos de trip-hop ficaram lá atrás. Agora o trio de Bristol faz música atemporal no seu estado mais refinado. Tudo que há de bom está aqui, desde violas suaves e teclados adocicados (The Rip) até batidas eletrônicas enviezadas (Machine Gun). Pode também passar por coisas que você já ouviu em um disco de Siouxsie ou Joy Division como We Carry On, ou guitarras e teclados absolutamente novos e instigantes como em Silence e Threads.

Se isso não é uma obra prima, o que seria então?
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