domingo, 13 de fevereiro de 2011

Comer e beber no sul do mundo - I

Varandas

O emblemático restaurante do centro de Criciúma já passou por várias fases. Atualmente instalado num ambiente aconchegante ao lado do antigo endereço, está em ótima fase. Ou quase ótima.

Os donos do local esbanjam simpatia, mas por algum motivo misterioso foram relapsos com o treinamento dos garçons. Não raramente são desinformados, desatenciosos ou até grosseiros. Por exemplo, se algum disser que servem vinho em taça, mas só "da colônia", insista que não é verdade. Se outro informar que "só tem Skol e Bohemia", não se assuste se na mesa ao lado aparecerem várias alemãzinhas. Agora,  se algum folgado disser que para sentar na mesa do canto "só se for um no colo do outro", reclame  com o Neném, o simpático proprietário.

Assim, se você conseguir passar por essa prova de fogo, vai poder aproveitar aos sábados uma suculenta e cremosa feijoada feita num caldeirão e servida em pequenas cumbucas para duas pessoas. Aos domingos, um caprichado buffet oferece bacalhau a Gomes de Sá,  camarões da Laguna empanados e crocantes ou até uma salada de alho em conserva, de lamber os beiços antes e beijar depois. Durante os dias úteis, à noite,  um ótimo risotto de camarão no ponto (coisa rara) é a pedida.

De quebra, no andar de baixo, uma beleza de empório oferece vinhos de várias estirpes e quitutes diversos a preços honestíssimos. A  má notícia é que para subir as escadas e consumir o vinho no restaurante o preço tem um acréscimo considerável, talvez pelo frete FOB, comentou um cliente. Mais um mistério indecifrável da enogastronomia do sul do mundo.

Na saída, observe duas fotos clássicas na parede interna do  restaurante. Um técnico que veio a ser campeão do Brasil pelo time da cidade e do mundo pela seleção brasileira se deliciando com as guloseimas nos anos 90; e um tal sapo barbudo que tomou ali umas e outras nos 80, talvez maquinando em como iria destronar a elite branca dali a vinte anos.

Recomendo. Compartilhe no Facebook

2 comentários:

Êmone disse...

Mas este problema com garçons não é coisa só do Varandas. Tem pizzaria em Criciúma, que em tempos de eleição, não se pode conversar sobre política. Corre-se o risco de levar uma bandeijada.

Ivan disse...

Vixe menino, esse caso da pizzaria merece um post à parte. rsrsrsrs