A imprensa musical britânica é famosa por suas apostas em bandas novas e em ovacionar quem mal saiu das fraldas do rock. Nesta década em especial, pode-se dizer que estão recheados de matéria-prima, pois a quantidade de novos e bons grupos é um convite às apostas. Não que eu ache isso necessário, mas como tenho ouvido tudo que é hype ou não, com um punhado de coisas sendo lançadas por aqui ou através da "produção caseira" via internet, posso também jogar minhas fichas.
Se for pra entrar na brincadeira, uma banda em especial merece atenção. Os rapazes londrinos do Bloc Party lançaram apenas um disco em 2005 (Silent Alarm), mas sem causar a comoção do ótimo Franz Ferdinand nem o furor do bacana Arctic Monkeys, cometeram 14 músicas irrepreensíveis, comandadas por uma bateria leve e furiosa mais um trio de baixo e duas guitarras nervosas e enlouquecidas. É como se o velho craque Andy Gill, da Gang of Four, tivesse ido tocar com o Sonic Youth, pois a referência é a parte mais moderna e menos saudosista do pós-punk. Não vou arriscar dizendo que é o disco que mais gostei ou que mais me empolgou, mas me parece que ali tem uma centelha de talento que vai explodir.
Lisongear ou até denegrir uma banda nos seus primórdios pode ser uma negócio arriscado. No início dos anos 90 o Radiohead foi chamado de "Nirvaninha" por estas plagas, quando estouraram com "Creep". Quanta ingenuidade...De qualquer forma, se eu fosse obrigado a apostar, apostaria todas as minhas fichas no Bloc Party.
Na imagem, kele Okereke em ação.
www.blocparty.com Compartilhe no Facebook
2 comentários:
Concordo. Fizeram um disco honesto e forte, que faz prever um belo futuro. Vou vê-los daqui a uns dias para confirmar a boa fama que têm ao vivo.
Abraço!
Grande pedida. Aguardaremos seus comentários sobre o show.
Grande abraço.
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