quinta-feira, 12 de junho de 2008

Porcarias de Alexandre Dumas


Receita básica do Grande Dicionário de Culinária, editado pela primeira vez em 1873.


Pés de porco à la Sainte-Ménehould

"Assim que o rei Luiz XVI fugiu de Paris para acabar preso em Varennes, 10 panfletos foram lançados para explicar as causas da prisão. Um deles, de autoria do "enfant terrible" da Revolução, Camille Desmoulins, insinuava que o rei fujão não conseguiria resistir ao desejo de comer pés de porco à la Sainte-Ménehould, o que era mentira, mas naquele contexto tomava proporções de calúnia. Luiz XVI parara em Sainte-Ménehould justo o tempo de ser reconhecido pelo filho do mestre de posta Drouet, que selou, ele mesmo, o cavalo do rei e partiu por um atalho a fim de chegar antes a Varennes; precedeu-o em alguns minutos, e o rei foi preso em frente ao hotel.

Isto posto, e há sempre lugar pra dizer uma verdade, voltemos aos pés de porco. Flambe o que um porco pode ter de pés, quer dizer, 4 em geral; lave-os em água quente, faça com que fiquem bem limpos, divida-os em dois, aproxime os pedaços um contra o outro; amarre-os com um barbante, exatamente como se um peruqueiro fizesse um rabo-se-cavalo; costure as duas pontas do barbante, asse-os na brasa ou cozinhe em um caldo, como a rabada com purê. Escorra-os, deixe esfriar, tire os barbantes, separe os pedaços; mergulhe em manteiga derretida, empane-os, grelhe-os e sirva sem molho, puros."

Daqui a pouco, as dicas de Dumas para matar um porco.
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