No seu Grande Dicionário de Culinária (já descrito aqui), Dumas faz comentários hilários sobre as ostras:
"A ostra é um dos moluscos mais deserdados da natureza. Acéfalo, isto é, sem cabeça, não detém o órgão da visão, nem o órgão da audição, nem o órgão do olfato; seu sangue é incolor; seu corpo adere às duas valvas de sua concha por meio de um músculo poderoso, com a ajuda da qual ela abre e fecha.
Tampouco possui órgão de locomoção: seu único exercício é dormir e seu único prazer, comer. (...) Os gregos apreciavam as de Sestos; comi algumas na travessia do Bósforo e não achei na excepcional. (...) Sua divisa podia ser a da hera: 'Morro onde me agarro'. (...)
A princípio, ostras morrem de velhice. Em 'As Grandes Pescarias', aprendo que elas vivem uma dezena de anos. É muito para um animal que não tem olhos, nem nariz, nem orelhas."
Apesar do aparente desdém, Dumas dedica 4 enormes páginas para falar tudo sobre as ostras e também descrever algumas receitas, deliciosas como seu texto.
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